Cancelando o cancelamento: bom mocismo e monetização da empatia

Por Carolina Terra, pesquisadora do COM+

Já discutimos, mesmo aqui no site do COM+, os conceitos que envolvem cancelamento e até direcionamos ao produto cultural mais comentado do momento, o #BBB21.

Depois da histórica eliminação de terça-feira, 23 de fevereiro de 2021, em que a participante Karol Conká saiu com 99,17% de eliminação, um fato chamou a atenção: da arena do cancelamento, muitos passaram para o acolhimento, para o discurso de “todos erram e podem melhorar” e algumas marcas resolveram embarcar no buzz do momento.

Antes do “paredão”, várias marcas estimulavam a votação maciça na participante. Algumas até oferecendo benefícios e vantagens a quem aderisse ao massacre.

No entanto, instantes após a eliminação, o mood virou: de ataque direto e deliberado, para acolhimento e apoio. Cancelaram o cancelamento.

A marca Avon foi uma das que se destacou nesse movimento. Vejam aqui.

Por outro lado, houve quem fizesse #publipost com influenciadores e celebridades para ganhar visibilidade na conversa, como a Amstel, por exemplo. Começou com um post de Preta Gil que convocava ao diálogo a Pequena Lo, Thelminha e a marca por trás, a Amstel Brasil. Monetizaram a empatia? Empatia paga? Houve quem criticasse também.

Enfim, até que ponto o movimento de anti-cancelamento ou “descancelamento” é genuíno? O que a gente espera é: que a participante reflita, veja onde pode melhorar e que a sociedade consiga separar jogo da realidade “aqui fora”.

No mais, vamos acompanhando os movimentos de comunicação e de atividade das marcas.

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