Por Mayanna Estevanim, pesquisadora do COM+
Nesta semana em que comemoramos o Dia Internacional das Mulheres nós damos os parabéns, celebramos as conquistas, mas também refletimos sobre as questões atuais. O momento é particularmente difícil, seguimos para um segundo ano de pandemia com restrições, sobrecargas de trabalho e neste contexto as mulheres foram bastante impactadas pelo somatório de condições que já não eram boas, desde a desigualdade no mercado de trabalho até a profundeza da violência doméstica e do feminicídio. “Elas perderam mais emprego e vêm sendo preteridas nas recontratações, além de não conseguirem participar como antes da produção científica ou mesmo da vida pública”, apontou Fernanda Mena autora da matéria Pandemia deflagra crise do cuidado e põe em risco conquistas femininas, publicada no jornal Folha de S. Paulo, no último domingo. O conteúdo traz alguns dos desafios dos dias atuais e o caminho das batalhas quer estejamos em pandemia ou fora dela.
Em relação as pesquisadoras brasileiras, Fernanda De Negri, do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea, abordou a visibilidade das mulheres na ciência e o desafio de aumentar a representatividade em diferentes áreas do conhecimento no Brasil. Na publicação A Snapshot of the Status of Women in Brazil: 2019, destacou que “apesar de serem a maioria das pessoas com doutorado em diversas áreas, as mulheres brasileiras não estão tão bem representadas nos níveis mais altos da carreira”. Em relação a Academia Brasileira de Ciências, por exemplo, as mulheres cientistas são apenas 14%.
Desde que as Nações Unidas abordaram a igualdade de gênero como o quinto objetivo, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as empresas em geral e o setor de relações públicas e comunicação em particular, têm promovido o debate sobre o assunto. Há quase uma década, o Monitor de Comunicação da América Latina vem estudando, entre outros aspectos, com particular interesse o papel das mulheres profissionais e as questões de gênero. Nesta semana a edição 2020-2021 foi antecipada e traz olhares recentes sobre como as conquistas em igualdade de gênero são percebidas. O estudo explora a consciência do teto de vidro e suas causas e responsabilidades a nível individual, organizacional e profissional. De acordo com o Monitor, o teto de vidro se refere às barreiras não reconhecidas que impedem profissionais de ascenderem hierarquicamente. “Quando questionamos sobre a avaliação da situação atual das mulheres na comunicação estratégica e relações públicas em cada um dos países, o Brasil se destaca por apresentar a maior lacuna entre a percepção de quanto o tema tem melhorado nos últimos 5 anos (60, 9%), em comparação com 8,7% das avaliações que afirmam que já foi feito o suficiente”. Acompanhe o estudo em: https://cutt.ly/VzIu6tJ
Parabéns mulheres, parabéns mulheres pesquisadoras do Com+ e sigamos na luta!